quinta-feira, 24 de setembro de 2009

insana;

Ele se aproximou de mim, como qualquer outra pessoa que fosse esperar um ônibus, gostaria de um buraco para enfiar minha cabeça naquele momento, tentava me manter olhando pro horizonte de onde vinha o ônibus, mas meus olhos me traíam a cada segundo, me fazendo vacilar o olhar. Droga, eu já estava impaciente, e o ônibus? Onde se enfiou logo agora, quando se precisa dele? Ele veio andando alguns passos na minha direção, meu coração parecia um zunido, com batimentos tão fortes.
- oi.
O que “oi”? Meu cérebro era inútil de mais pra responder a um simples “oi”. Revirei o que restava da minha consciência procurando alguma palavrinha coerente.
- eer... oi!
Nossa! Até ele se espantou com meu “oi” gritante.
- é aqui mesmo que passa o ônibus não é?
- é...é...é sim!
Não adiantava, eu dizia ao meu cérebro: diz alguma coisa coerente, sem gaguejar sua ameba, mais ele me ignorava completamente e eu agia feito uma completa idiota na frente do menino mais lindo do mundo. Queria morrer.
- não entendo a demora. Sempre pego nessa mesma hora. Vou me atrasar.
- hummm.
Uma pessoa em sã consciência diria algo mais não é. Acabo de perceber que a sanidade passa longe de mim. Fez-se um longo período de silêncio constrangedor, olhava tudo que havia ao meu redor, uma senhora levando seu netinho para a escola, um menino passando de bicicleta, um frear de um carro apressado. Minhas mãos estavam em pânico, como se eu fora cometer o mais hediondo dos crimes, suavam sem parar, não havia uma posição que meus pés se sentissem confortáveis, estava a ponto de um desmaio. Quando, avistamos juntos, o ônibus. Ambos suspiramos de alívio. Queria imaginar o que deveria estar passando pelos pensamentos dele. Melhor não.
continua...

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